Foi sempre algo que me intrigou desde miúdo, dos tempos que me recordo de começar a apreciar futebol: porque raio não chamavam os treinadores por… treinadores e, a contrário, lhes chamavam de mister para ali, míster para acolá? Achava estranho. Hoje, nem tanto. Todavia, é uma palavra que tende a cair em desuso.
Míster é, nada mais nada menos, que um estrangeirismo proveniente do país criador do futebol, Inglaterra e, talvez por isso, tenha proliferado. É um extenso da abreviatura Mr., que significa… senhor, simplesmente. Na gíria desportiva, treinador, geralmente de futebol.
Embora não tenha encontrado evidências acerca dos primórdios da sua utilização (em termos futebolísticos) em território nacional, é crível que remonte, provavelmente, à vinda dos primeiros treinadores estrangeiros ou, quem sabe, ao próprio início da respectiva modalidade desportiva, importando o termo original como que lhe inerente (à semelhança do penalty, corner kick ou offside). E, acrescento: eventualmente seria utilizado mais no sentido do respeito/regras da boa educação (Mr.=Sr., tão tipíco da formal cordialidade britânica), que no da gíria propriamente dito, como que uma espécie de prefixo que limita por antecipação, que, impondo-se sem obrigação, permanece com naturalidade, como se de um primeiro nome se tratasse. Bom... adiante, que isso são conjecturas que reportam às primeiras 374 páginas do 3.º volume da tese de doutoramento.
Porém, o vasto arsenal da linguística lusa engloba, de facto, no seu extenso rol, a palavra mister (do latim ministerium) que significa cargo ou actividade profissional, aquilo que é forçoso, necessário ou urgente, incumbência, encargo.
Analisando-as e decompondo-as por simetria, qualquer uma delas ao seu jeito e sentidos mais ou menos estritos, apresentam uma uniforme coerência, sobretudo quando combinadas ou utilizadas no contexto de “Sr. Treinador”.
Mr. Fábio, na condição de mister, é mister que regresse, no imediato, às suas funções!
Fica o recado.
A partir de Sábado volto ao activo ;)
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